segunda-feira, 17 de maio de 2010

continuamos vivos..

Ainda estamos vivos, por mais que não pareça.
Em breve começaremos outras atividades pela cidade, os shows por enquanto estão parados, sem previsão de retorno.

Enquanto isso, indico aqui dois blogs:

http://acanhota.wordpress.com/ - esse eu conheci hoje e achei muito interessante.. são 3 meninas escrevendo sobre feminismo, mas não apenas escrevendo, rola um podcast também.. bem legal, hein.

http://www.bnupnx.com/ - o nome já diz tudo.. relatos feitos sobre experiências vividas por pessoas de blumenau ligadas ao hardcore.


camixxx

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Crossover Is Back 04/08/07

Esse show aconteceu em agosto de 2007 e foi muito legal para nós. Bandas diferentes, público diferente, amizades feitas, pessoas presentes, enfim.. foi ótimo e o último que o André ajudou a organizar.
Depois desse show muita coisa mudou, o coletivo ficou parado por um tempo, algumas pessoas sairam, outras entraram, a coisa se renovou e as atividades voltaram a acontecer.

Aí estão os vídeos do show do Bandanos:







quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Entrevista com Entre Rejas (RS)












1 - Quem é quem, idade e o que fazem nessa máquina de fazer barulho ?

LUCAS: Bom, a Entre Rejas é um power-trio no qual eu toco bateria e faço a segunda voz. Tenho 22 anos.

CARLOS: Eu tenho 20 anos e toco baixo.

VITOR: E eu tenho 24 anos e faço o vocal principal e toco guitarra.

LUCAS: Inclusive essa informação não consta de forma direta no encarte do CD, tem apenas o e-mail de cada integrante. Algumas pessoas já comentaram conosco que sentiram falta disso, mas nós achamos que não teria espaço no encarte e que iria atrapalhar o “acabamento artístico” do CD (risos), pois não tinha muito espaço vago entre as imagens escolhidas

2- Devo assumir, ao conhecer a banda fiquei espantado pela velocidade, com a qualidade gráfica do material que caiu em minhas mãos, por onde você andavam, estavam escondidos nos pampas gaúchos ou em algum gueto de Porto Alegre ?

LUCAS: Então, a banda existe desde 2002, e escondidos nós não estávamos, mas nós costumávamos tocar mais no interior do estado, principalmente em Santa Cruz do Sul, que é a cidade de origem da banda e onde fazemos a maior parte dos nossos ensaios até hoje, apesar de eu e o Vitor morarmos em Porto Alegre agora por causa da faculdade. Além disso, a divulgação nunca foi uma especialidade da banda, primeiro porque até gravarmos esse CD-r, nós só tínhamos uma demo k7, que era bem tosca e nós até gostamos do resultado na época, acho que por ser nossa primeira gravação na vida, só pode ter sido, mas enfim, o tempo tratou de nos dar juízo suficiente pra reconhecermos que aquele material era muito ruim, e em pouco tempo nós nem distribuía mais cópias da fita. E segundo que somos pessoas muito tímidas e não temos muito contato com pessoas de fora do nosso circulo de amizade aqui no Rio Grande do Sul. Mas com o tempo a gente vai aprendendo a se virar, o myspace tem ajudado bastante nisso também, enfim, espero que vocês ouçam falar muito de nós ainda daqui pra frente! (risos)



3- Recebi um cd-r com 16 porradas anti-capitalistas, além desse lançamento, existem outros ou projetos futuros ?

LUCAS: Anterior ao cd, nós temos só essa demo k7 mesmo, que eu já comentei antes. Mas esse cd-r a que você se refere na verdade são duas gravações distintas, uma do final de 2005 e outra do inicio de 2006, isso porque a primeira gravação a gente fez pela vontade de ter algumas músicas bem gravadas para fazer a divulgação pela internet e tal, inclusive foi a primeira vez que nós gravamos em um estúdio bacana e com os instrumentos separados e tudo mais, e a gente gostou pra caramba do resultado e ficamos com vontade de lançar em forma de demo mesmo. Na real a nossa vontade sempre foi um eventual split EP com alguma banda bacana (risos) mas como não alimentávamos muita esperança disto acontecer, lançaríamos em cd-r mesmo. Porém, a gravação tinha 9 sons em 7 minutos, o que seria muito pouco pra ocupar um cd-r inteiro, daí decidimos gravar mais 7 musicas, no mesmo estúdio, buscando uma sonoridade semelhante para juntarmos com as outras da primeira gravação. O que na verdade não aconteceu, porque essa segunda ficou um pouco mais pesada propositalmente, por causa das características das duas primeiras musicas (destruir//construir e multinacionais) que exigiam um peso a mais por não serem na mesma linha das outras músicas da banda. Daí após a segunda gravação, nós tínhamos o nosso cd em mãos, prontinho. E o resultado nos deixou bastante contente o que nos incentivou a querer fazer um material de qualidade, que acarretou nas capas feitas em gráfica.

Quanto ao futuro, pensamos em fazer uma nova gravação em breve, quem sabe este ano ainda, já temos várias musicas novas que já estão sendo ensaiadas constantemente, mas fora a vontade de gravar não tem nada concreto ainda para novos lançamentos.



4- O cenário punk-hardcore do Rio Grande do Sul sempre apresentou boas bandas e boas iniciativas nos mais variados aspectos, você poderiam nos apresentar o que esta ocorrendo de interessante no cenário ?

LUCAS: O cenário punk-hardcore no Rio Grande do Sul já foi bem mais forte e ativo principalmente quanto ao público nos shows e organização de manifestações e demais atividades anti-capitalistas. Pelo menos é o que eu observo em Porto Alegre e Santa Cruz. E isso tudo devido à divisões dos “subgrupos” conseqüentes de pequenas intrigas e divergências ideológicas. Mas mesmo assim existem realmente coisas bacanas por aqui. Porto Alegre sempre teve grupos de squatters, visando a ocupação de espaços ociosos na cidade para poder desenvolver centros culturais e moradia para os seus integrantes, que em sua maioria são ligados à cena punk-hardcore. Desde o A-27, que atuava por volta de 2001/2003, e era uma espécie de coletivo que organizava shows além de buscar um espaço viável para ocupação, o que na época acabou não rolando e o grupo se dissolveu. Atualmente existem dois squatts aqui na capital, o “Squatt que se cria” que é uma casa anarco-punk e já existe há um bom tempo, e o “Squatt N4” que completou agora no inicio de Fevereiro 3 meses de ocupação e é formado em sua maioria por vegetarianos/vegans e straight-edges.

Quanto às bandas gaúchas eu destacaria no interior a Facão 3 Listras de Santo Antônio da Patrulha, que no inicio fazia um grind com gaita. Infelizmente o gaitero saiu, mas o som continua bem bacana. E de Porto Alegre tem a No Rest, que já tá há mais de 15 anos na estrada, várias tours na Europa e os dois últimos LPs lançados são realmente muito bons, e a banda tem uma energia muito boa ao vivo também. Tem ainda: XAMORX, Sistema de Mentiras, que faz um som mais pesado e muito bem tocado, Jay Adams e Velho de Câncer que faz um punk rock de primeira na linha de Husker Du e Black Flag.



5- Em 2006 a banda apresentou-se em algumas cidades brasileiras, porém não encontrei informações dessas apresentações, vocês poderiam nos dizer como foram esses shows e como estão as apresentações na sua região ?

LUCAS: Nós tocamos em Curitiba e São Paulo em Agosto de 2006 junto com a XAMORX, que havia sido convidada para tocar na edição especial de 10 anos da Verdurada, e iriam fazer ainda outros dois shows no meio do caminho e nós fomos junto com eles. Na verdade não tinha nada muito confirmado a respeito desses outros shows, foi tudo meio que armado de última hora, mas deu tudo certo. Tocamos no Porão do Rock em Curitiba, juntamente com o Auto Controle e Da Próxima Vez Eu Mato Você, que inclusive fazia o show de estréia na ocasião, e fez uma apresentação muito bacana, com pedido de bis e tudo mais. E em São Paulo tocamos no Cerveja Azul junto com B.U.S.H., Nerds Attack, Contra Cultura, XODIOX e Hiraki, mulecada powerviolence toda reunida contando com a presença ilustre dos veteranos do B.U.S.H. que foram os últimos a subir no palco e fizeram um bom show, apesar da aparelhagem já judiada pelas 6 bandas antecedentes. Eu particularmente estava bastante ansioso pra ver eles ao vivo, pois gosto muito da banda e ao vivo tem uma energia muito bacana. Contra Cultura também fez um show muito empolgante e enérgico. Para a Entre Rejas foi muito boa essa viagem. A banda era (e ainda é) bastante desconhecida e esses shows ajudaram a divulgar um pouco mais a banda. Levamos bastante demos e algumas camisas também, enfim, o marchandise tradicional. Esperamos poder fazer mais vezes essas viagens interestaduais, sempre se conhece gente, bandas e lugares bacanas. Aliás, um dos destaques da viagem foi a comida, começando pelo dog do Mamá, e passando pelo Mate do Loly e sorvete da Soroko, e culminando com o rango da Verdurada, só delicias!

VITOR: ...e o rango da vó do Xopô!

CARLOS: Digamos que aproveitamos para fazer uma tour gastronômica também (risos)

LUCAS: Quanto aos shows por aqui no RS, ta meio devagar as coisas. Não anda tendo muito show de hardcore e quando tem não vai muito público. Espero que seja uma “má fase” apenas, e que logo logo mais pessoas voltem ou comecem a freqüentar os shows.


6- Numa turnê futura quais os discos ( no máximo 3) que vocês levariam para ouvir durante a viagem pelo Brasil e quais bandas para dividir o espaço na VAN e nos palcos ?

LUCAS: Eu não gosto de ouvir muita barulheira dentro da VAN, primeiro porque normalmente os falantes são ruins e não se entende nada, e segundo que quando você está em turnê, você está sempre querendo descansar (risos). Então acho que eu levaria um The Clash “London Calling”, Petrograd “Nineoneone” e um Red Hot Chili Peppers “Greatest Hits”, que é uma coletânea basicamente com as musicas do californication e by the way, que eu acho muito boa, apesar de ter a “Give it away” junto.

CARLOS: Pô agora vocês pegaram pesado (risos), escolher apenas três é complicado, mas vamos lá, sigo um pouco o raciocínio do Lucas que na VAN é complicado ouvir barulheira.

Então eu levaria Petrograd “Isabelle”, This Is My Fist “A History of Rats” e Boom Boom Kid “Smiles From Chappanoland”.

VITOR: Eu levaria o primeiro do Ekkaia “Manos que estrechan planes de muerte y sometimiento”, Haine Brigade/Kochise (um split CD com duas bandas francesas) e o “Zen Árcade” do Hüsker Dü.

LUCAS: E as bandas que gostaríamos de dividir os palcos seriam muitas: Falso Branco, Arma Laranja e Da Próxima Vez Eu Mato Você de Curitiba. Discarga, La Revancha, I Shot Cyrus, Contra Cultura, B.U.S.H.,L’enfer, Life is a Lie, DER em SP. Chuck Norris, Morto Pela Escola, Ex-Inferis, Ternura do ES. Possuído Pelo Cão de Brasília. No Nordeste tem várias bandas bacanas também xReverx, Vingança, Catarro, enfim muitas bandas...

CARLOS: Quanto as bandas eu acrescentaria Eu Contra o Mundo, Fornicators, Justiça, Nerds Attack, Espíritos Di Porco, Satanaiz...



7- Além da banda, vocês estão envolvidos em outras atividades ligadas ao punk-hardcore como: zines, organização de shows, protestos ou até em outras bandas ?

LUCAS: Com relação à zines, nenhum de nós faz. Eu acho muito bacana a idéia de fazer o seu próprio veículo de comunicação. Ser a mídia ao invés de apenas criticar os meios tradicionais. Mas eu jamais teria paciência de fazer um zine e certamente não seria algo prazeroso para mim.

VITOR: Quanto à organização de shows, nós sempre procuramos estar envolvidos. Em Santa Cruz do Sul, sempre que achávamos algum bar que não cobrava aluguel, seguido reuníamos as aparelhagens das bandas locais e fazíamos shows gratuitos ou beneficentes. Atualmente, o Carlos ainda corre atrás disso, mas está cada vez mais escasso os lugares para shows lá. Em Porto Alegre é mais complicado, sempre tem que alugar o lugar ou a aparelhagem, normalmente os dois, daí já dá mais prejuízo, mas sempre se dá algum jeito. É uma mistura de necessidade e vontade, pois se você não correr atrás, muito provável que você não irá tocar nunca e como as bandas, normalmente, gostam de tocar ao vivo, é natural que haja esse envolvimento com a organização de shows no meio underground em geral.

LUCAS: Protesto faz muito tempo que eu não vou em algum. Como eu disse anteriormente, o estado como um todo parece ter dado uma esfriada quanto a manifestações anti-capitalistas. No inicio do ano 2000, tanto em Santa Cruz como em Porto Alegre haviam várias manifestações, mas o tempo tratou de acalmar os ânimos, as pessoas se distanciaram, os protestos foram ficando menor, perdendo força, o que acabou por desmotivar em muito as pessoas a participarem e/ou mobilizarem eventos deste tipo. Ou então todo mundo percebeu que prefere ficar em casa ao invés de fazer suas reivindicações.

E outras bandas que eu toco tem a Ornitorrincos, que eu entrei recentemente na bateria quando a banda decidiu voltar às atividades, Ñorairo, que é uma banda de Santa Cruz que eu toco baixo, Diatribe, que eu toco bateria e está tentando retomar as atividades além de alguns outros projetos de bandas sem nome ainda, a maioria junto com o Vitor.

CARLOS: Eu toco baixo também na Diatribe e bateria na Ñorairo e Ranoid.

VITOR: Além da Entre Rejas eu toco na Diatribe e nos projetos sem nome citados pelo Lucas.


8- Uma das principais evidência do Entre Rejas é posicionamento político, baseado no anti-capitalismo, vocês possuem alguma ideologia que norteia as ações, ou preferem se colocar como anti-capitalistas. Aproveitando essa questão, pergunto se desenvolvem algum ativismo político especifico ?

LUCAS: Acho que as principais características da banda é o som agressivo e rápido e as letras diretas, as vezes até simples demais ao meu ver. Mas acho bacana que isso cria uma identidade da banda. Somos anti-capitalistas sim, e acho que a relação de poder que está presente em todas as atividades que nos circundam são, inevitavelmente, a maior influencia na composição de nossas musicas. O espírito faça você mesmo, que acredito ser uma das maiores virtudes do punk-hardcore e também alguns aspectos da exploração animal são bastante abordados por nós. Pois esses assuntos são de interesse de todos na banda, e são assuntos que achamos importante e interessante de serem abordados. Quanto ao ativismo político especifico, não sei direito o que pode abranger esse termo, mas todo caso não participamos de nenhum grupo de atividades nem coletivos, apesar de já ter participado no passado do Coletivo Anomia, que era um coletivo anarco-punk de Santa Cruz do Sul que nós três fazíamos parte, onde organizávamos manifestações, shows, panfletagens, etc. Atualmente nosso ativismo é mais de cunho pessoal, através do vegetarianismo e através da banda mesmo, que não deixa de ser um veículo de contestação.




9- Anterior a chegada do Partido dos Trabalhadores ( PT ) ao Governo Federal, o próprio PT esteve no poder em diversas cidades gaúchas e o próprio Governo estadual, vocês poderiam nos relatar se na gestão petista no RS já delineava a tomada na direção de uma política neo-liberal e uma agenda social pautada no assistencialismo ?

LUCAS: O Partido dos Trabalhadores teve o governo do RS entre os anos de 1999 e 2002 com o Olívio Dutra, mas na verdade a maior hegemonia do PT foi na prefeitura de Porto Alegre que teve nas mãos do partido por 16 anos consecutivos, de 1989 a 2004. Eu não acredito que nestes governos tenha sido evidenciado de forma tão clara a política neo-liberal aplicada pelo Lula na presidência do país. O Assistencialismo talvez fosse mais presente, mas na verdade todos os governos exploram o assistencialismo, pois é através da criação de programas que trazem “resultados imediatos” que eles baseiam a propaganda da gestão deles, pois planejamento a longo prazo não trás reconhecimento ao partido, e ainda acaba deixando quem sabe os louros para serem colhidos pelos seus adversários políticos no futuro. E isso está presente em todas as estâncias da política. A verdade é que não dá pra comparar os governos anteriores no RS, com a gestão do Lula na presidência. Sem entrar em méritos se foram bons governos ou não, o fato é que o PT pré-presidência conseguia esconder de forma muito mais eficaz as suas fragilidades e manter a aparência de partido de esquerda, o que hoje não é mais possível, pois o partido abriu mão de ser a vanguarda esquerdista para colher os lucros oferecidos pela política neo liberal, sem se importar com o desenvolvimento do pai, o que não é nenhuma novidade.



10- Por aqui, no Estado de Santa Catarina, tens noticias de jovens e até uns velhos bastardos ligados ações nazi-fascistas. Quando a grande mídia noticia é comum comentários de que os grupos ou indivíduos nazi-fascistas mantém contato com indivíduos e grupos do Rio Grande do Sul, vocês poderiam nos comentar um pouco dessa porra de ações nazi-fascistas e como anda essas ações em sua região ?

LUCAS: É, existem bastante escórias deste tipo aqui pelo estado mesmo. Atualmente não tenho tido notícias de mais ações dos grupos neonazistas, mas há um tempo atrás era direto, inclusive amigos bem próximos da gente foram ameaçados e agredidos. Judeus foram esfaqueados por estarem usando o kipá, durante uma “comemoração” deles pelo dia da declaração da II Guerra Mundial. Acredito que o fato da população do Sul do Brasil (iludir com a idéia de...) se sentir “mais européia” faz com que seja mias comum idiotices desse gênero. Mas alguns deles foram presos, outros estão com a ficha suja. Talvez por isso eles tenham se acalmado um pouco, mas a verdade é que esse espírito intolerante se espalha muito facilmente por aqui, infelizmente.



11- Caras, muito obrigado pela boa música e pelas respostas, o espaço é de vocês:

LUCAS: Nós é que agradecemos o espaço e a oportunidade, é sempre bom saber de pessoas como vocês que continuam produzindo fanzines e mantendo o espírito faça você mesmo.

Quem quiser saber mais sobre a Entre Rejas ou conseguir algum material nosso, só entrar em contato:

www.myspace.com/entrerejas

wucas.richter@gmail.com

Cx. Postal 5084 – CEP: 90041-970 – Porto Alegre/RS.

Abraços a todos!

LUCAS.

(Essa entrevista foi cedida pelo Maikon K. do Mau Humor Zine - http://paginadomauhumor.blogspot.com/ )


terça-feira, 6 de outubro de 2009

02 de Novembro - Filhotinho, Vat Bier, Entre Rejas e Odeie seu Ódio


02 DE NOVEMBRO DE 2009
Coletivo Contraparte apresenta:


VAT BIER (Joinville) http://www.myspace.com/vatbier

ODEIE SEU ÓDIO (Joinville) http://www.myspace.com/odeieoseuodio


E mais:

+ venda de rango;
+ venda de material independente.




Data: 02 DE NOVEMBRO DE 2009 - SEGUNDA-FEIRA (FERIADO)
Local: ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO ITAUM, EM FRENTE AOS CORREIOS, AO LADO DO POSTO DE SAÚDE DO ITAUM. R. Monsenhor Gercino. n.890
Horário: 15:30 horas.
Valor: R$5,00

INGRESSOS APENAS NA HORA!

Obs: Por favor, não leve litrão! A associação só liberou o lugar com a condição de não ter bebida alcóolica. Ok?!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

o segundo show

O segundo show que organizamos foi no dia 17/03/07 no Bar Funil e chamamos 3 bandas de fora da cidade: No More Dying (Rolândia), Devolva Minha Vida (Jaraguá do Sul, Trainspotting (Curitiba) e uma banda de Joinville: Poisex. De todas essas, a única que ainda existe é a Poisex, o resto encerrou atividades no final de 2007 por aí.

Bom, como o primeiro show, esse também serviu para construir laços de amizades que permanecem até hoje.

Enfim, esses vídeos aí embaixo são do show no Funil, e não tem nada das outras bandas porque acho que ninguém gravou.. se alguém tiver e quiser mandar, ótimo!




sexta-feira, 21 de agosto de 2009

MOONHOP SOUNDS APRESENTA: JAMAICAN GOLDEN YEARS

MOONHOP SOUNDS APRESENTA: JAMAICN GOLDEN YEARS

O melhor da musica jamaicana, ska, rocksteady, early reggae, roots, dub.

Dia 22/08 no bar do André do lado do terminal norte,
entrada: 5$

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

flame still burns

Às vezes fico pensando se tudo o que me proponho a fazer irá valer a pena, muitas vezes penso em desistir, penso em largar tudo e me conformar com o que convivo diariamente e que me enoja. Ir em busca da mudança é fazer algo, mesmo que isso não valha muito e que não tenha resultados imediatos, mas ainda assim é uma tentativa de alterar o estado "normal" das coisas.
Desde que me interessei por tudo que vivo hoje, desde que me interessei pelo hardcore/punk muitas coisas mudaram. Na época eu tinha 13/14 anos e pra mim, o hardcore se resumia em apenas ouvir Dead Fish. Bom, nesses quase 7 anos, além de a cidade e a suposta "cena" ter se transformado, eu mudei e as pessoas ao meu redor mudaram. Como diz o Colligere em seu último disco "os velhos lugares têm novas pessoas. Quanto tempo vão durar?". Algumas duram apenas um final de semana, outras permanecem até o fim de suas vidas.
Eu lembro que quando pude ir ao meu primeiro show de hardcore, foi como me libertar de tudo e abrir os olhos para um mundo diferente, um mundo que eu não conhecia apenas estudando e convivendo com minha família e amigos. Eu tinha 14 anos e minha mãe não deixava eu ir em shows, sabe como é né, "rockeiros", "bêbados".. a escória para qualquer família que tenta manter o rótulo de "tradicional". Mas depois de muita insistência, ela acabou deixando, até porque era uma matinê e era no centro, no extinto Chaplin Bar. Lembro-me como se fosse hoje daquele dia, de todas as situações e pessoas que ali estavam e que, bom, hoje poucas ainda vejo nos mesmos locais.
Como eu disse antes, eu mudei... E uma dessas mudanças foi perceber que o hardcore é muito mais do que apenas ouvir Dead Fish (ufa, ainda bem). Alguns anos depois de ter ido ao meu primeiro show, uns 2 anos talvez, eu comecei a ter vontade de me envolver diretamente com aquilo tudo, comecei a ter vontade de fazer as coisas funcionarem, e de poder participar daquilo que ainda me torna viva de verdade. Até eu tomar coragem de assumir essas responsabilidades demorou mais uns meses ou anos, não sei bem ao certo, mas em 2006, organizamos o primeiro show e como disse no post anterior, foi extremamente importante para mim.
Desde então, já participei da organização de alguns shows aqui na cidade e também já fui em alguns shows fora daqui, e posso dizer que é uma sensação indescritível. Você ver outras pessoas fazendo tudo aquilo com quase 90% de chance de dar errado, as pessoas metendo a cara, levando prejuízo financeiro, se apertando em lugares minúsculos, tocando com equipamentos que não funcionam direito ou que às vezes nem funcionam, suor, sangue, lágrimas, dor, alegria.. tudo isso em apenas algumas horas, em alguns momentos compartilhados. É, isso ainda me faz viver e me faz esquecer tudo aquilo que falei no primeiro parágrafo. E assim vai passando o tempo, e vou me mantendo nisso tudo, porque se às vezes a vontade de desistir aparece, ao mesmo tempo, perceber que aquilo que você falou em algum show ou que foi falado por outra pessoa fez alguém pensar diferente ou apenas se questionar, pronto. Já valeu a pena.

Camila XXX.